maio 07, 2013

Ainda sobre a não aplicação do AO90 no sistema educativo de Angola; o testemunho de um professor angolano.

A propósito das declarações do ministro da Educação de Angola sobre a não introdução do AO no novo ano letivorecebemos o testemunho de um professor angolano cuja identidade, por motivos óbvios, protegemos:
Só o ministro da Educação [de Angola] sabe quais são as tais "implicações no sistema de ensino" que a aplicação do AO poderia ter trazido. Também só ele sabe quais são as 25 bases de um AO que tem 21 bases.
Quanto às dificuldades de transmitir a nova ortografia, será que o 'analfabeto', seja ele menor ou maior de idade, tem mais facilidade em aprender a escrever ''óptimo'' ou "actuar" do que "ótimo" ou "atuar"?
Não nos deem desculpas esfarrapadas sobre a não aplicação do AO. A recente reforma educativa poderia e deveria já ter incluído o emprego da ortografia simplificada em vez de ter mantido a ortografia velha. Isso teria facilitado o ensino da escrita e deixaria os alunos a aprender a ler e escrever na ortografia dos outros países lusófonos.
Em vez disso, a reforma educativa veio complicar uma situação que já era difícil:  um regime de mono docência sem professores preparados para esse modelo; salas com mais de 50 alunos; avaliação diária de alunos (tirando tempo para introduzir conteúdos novos); classes de transição automática sem que se perceba o objetivo.
A não introdução do AO foi apenas mais um problema a juntar aos outros que o Ministro Simão e o Ministério da Educação de Angola criaram com a reforma educativa.

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