dezembro 30, 2012

"O brasileiro é um português à solta"


O Governo brasileiro decidiu prolongar em mais 3 anos o período de transição da implementação do AO, o que significa que o termo do período de transição passa de 31 de dezembro de 2012 para o final de 2015

O prolongamento do período de transição do AO no Brasil é irracional dado que a implementação do AO no país já está concluída; especial destaque para a adoção do AO em todos os níveis do poder político brasileiro, em todos os órgãos de comunicação social e em todos os graus do sistema de ensino.

O decreto que adiou a obrigatoriedade veio, portanto, mudar pouco a realidade.  Porquê, então, a decisão de alterar de 2012 para 2015 o final do período transição? Tudo indica que o Governo brasileiro preferiu satisfazer a sede de protagonismo de dois senadores e de um filólogo em lugar de atender à opinião de quem trabalha, de quem conhece a realidade.

No Brasil, como em Portugal, entre o interesse comum e a fulanização opta-se demasiadas vezes pela fulanização, entre atender à opinião de quem conhece a realidade ou à opinião de quem busca protagonismos, opta-se demasiadas vezes pela opinião de quem busca protagonismos.
Com isto, o Governo brasileiro parece ter vindo dar razão a Agostinho da Silva quando um dia escreveu “o brasileiro é um português à solta"


Entretanto, e como seria de esperar, o único efeito prático da decisão brasileira de dilatar o período de transição da aplicação do AO não aconteceu no Brasil mas sim em Portugal, como se constata pelo ressurgir entre nós de quem dá voz ao lado mais negro da alma portuguesa; assim, Vasco Graça Moura voltou a alardear dislates na tentativa de tirar proveito da aparente indecisão brasileira, fazendo um apelo ao "tempo-volta-pra-trás", e pedindo o regresso ao ghetto ortográfico saudosista do Portugal do Minho a Timor.


Sobre o tema, ler no Ciberdúvidas "Sobre a Notícia da Morte do AO no Brasil"

dezembro 27, 2012

dezembro 06, 2012

"Acordem, Tolos"

"Se eu fosse falacioso e desonesto como o Pacheco [opositor confesso do AO90 e subdiretor do jornal Público] e o grupo de cidadãos que o controla, poderia dizer que o colossal número de falhas ortográficas no Público prova claramente que manter a ortografia antiga instiga ao erro grosseiro. Mas não sou. Ignorância e insuficiente domínio da língua são, infelizmente, o nosso padrão nacional. Por isso é tão ridículo ver quase analfabetos indignados porque lhes tiraram, aqui ou ali, um "c" que eles nem desconfiavam que existia."

Trecho do post "Acordem, tolos", de Artur Costa, n"O Línguado", a respeito do tratamento miserável a que a Língua Portuguesa está sujeita no jornal que promove a campanha difamatória conrtra o AO em Portugal.