setembro 09, 2012

A espanhola do "Público" está contra o AO90 mas não está contra a "Nueva Ortografía" de 2010

Uma espanhola, de nome Rocio Ramos, foi a mais recente convidada do subdiretor do 'Público", Nuno Pacheco,  para emitir opiniões difamatórias sobre o AO90, perante o incómodo cada vez menos mudo de responsáveis e jornalistas daquele diário.

Esta espanhola de Nuno Pacheco manifesta irritação pela uniformização da ortografia da Língua Portuguesa, emite opiniões técnicas sobre o AO90 (apesar de se reconhecer incompetente para o efeito), deturpa grosseiramente o âmbito e o propósito do AO90, e pretende o Português equiparado às Línguas menorizadas do Estado espanhol (galego, basco, catalão e valenciano).

Mais ainda, a espanhola de Nuno Pacheco acha que o Português devia ser como o Espanhol porque em Espanhol (1) são aceites várias normas ortográficas e, (2) é a “RAE [Real Academia Espanhola de Letras] quem dita as normas, uma vez que é a Espanha o país do qual a Língua é originária.”.

Ora, se a espanhola de Nuno Pacheco - e o próprio Nuno Pacheco - se tivessem dado ao trabalho de consultar os sítios da RAE e da  ASALE, teriam lido o seguinte:
La política lingüística panhispánica
En los últimos años [após 1999], la Real Academia Española y las veintiuna [21] Academias de América y Filipinas que con ella integran la Asociación de Academias de la Lengua Española vienen desarrollando una política lingüística que implica la colaboración de todas ellas, en pie de igualdad y como ejercicio de una responsabilidad común, en las obras que sustentan y deben expresar la unidad de nuestro idioma en su rica variedad: el Diccionario, la Gramática y la Ortografía. Continuar a ler aqui 

Portanto, e ao contrário do que divulga o Público, o Espanhol tem uma ortografia unificada apesar da grande diversidade fonética e de léxico, e a Real Academia Espanholda de Letras não tem supremacia sobre a emissão de documentos normativos da Língua.

E se alguém no Público gastasse menos tempo a odiar a internacionalidade da Língua Portuguesa e investigasse mais sobre a unidade na diversidade de outras Línguas internacionais como, por exemplo, o Espanhol, saberia que em 2010 foi publicada a nova Ortografía que, malgrado o nome, constitui uma reforma ortográfica com mais novidades e alterações do que as introduzidas pelo AO90.

E assim, sem mais, para a espanhola do Nuno Pacheco e outros opositores ao AO90, o “exemplo espanhol” passa, num ápice, de “bom” a “mau”.

O ódio cega, e o ódio de Nuno Pacheco ao AO90 é tão grande que o impediu de ver que a sua espanhola não tem as bases de conhecimento mínimas para publicar opiniões sobre ortografia da sua Língua numa folha paroquial domingueira, muito menos para publicar opiniões sobre a Língua de outros num jornal nacional. A respeito de espanholas, o Nuno Pacheco deveria fazer como o Eça: falava nelas, mas não as punha a falar.


Mas nem tudo é mau, porque a espanhola Rocio do Publico declara-se amante da Língua Portuguesa, pelo que o seu amor ao Português pode ser canalizado para nobres fins.

Assim, a espanhola Rocio do Público poderia associar-se à Além Guadiana no esforço desigual que esta associação oliventina desenvolve para reabilitar a cultura e Língua portuguesas em Olivença, ambas à beira da extinção ao fim de 200 anos de linguicídio perpetrado pelo estado espanhol naquele território ocupado.

A espanhola Rocio do Público poderia também associar-se à Academia Galega da Língua Portuguesa na obra de promoção da reintegração do Galego-Português na dimensão internacional da Língua, única forma de reverter o processo de descaraterização e implosão da variante mais antiga do Português, submetida oficialmente à ortografia castelhana.

Como é evidente, estas associações adotaram o AO90 porque a permanência do Português oliventino e do Galego como ghettos linguísticos foi e é um fator de anulação e inutilidade, logo, de extinção.


Finalmente - e já que a espanhola Rocio do Público acha que os portugueses devem preferir o separatismo linguístico à unidade, a etimologia clássica à simplificada - sugere-se que ela vá para o seu país defender o mesmo para a sua Língua, isto é, que peça a consagração de ortografias diferenciadas em cada um dos países espano-falantes, e que proponha que em Espanhol se passe a escrever “objecto” em vez de “objeto”, "occulto" em vez de "oculto", “quanto” em vez de “cuanto”.

3 comentários:

  1. Olá Teresa

    Penso que não está interessada em admitir as mentiras e falhas graves do artigo, e a sua irritação a impede de ler devidamente o post.
    Tais factos devem até ter contribuído para ter sido desagradável no comentário que enviou. Se quer ver os seus comentários publicados, não seja indelicada.

    No entanto não foi ofensiva, pelo que, o seu comentário, ao contrário do que acontece com obcenidades antiAO que por aqui aparecem, tem resposta.

    E em resposta sugiro-lhe duas coisas:

    - Sobre os seus erros sobre facultatividades, que leia o ponto 3 desta página: http://www.emportuguezgrande.blogspot.pt/p/falacias-frequentes-sobre-o-ao90.html
    E já que está com a "mão na massa", aproveite para ler tudo, que bem precisa.

    - Que explique – porque isso é que é o essencial – porque é que a espanhola do Publico não vai para a terra dela pedir para que cada país de língua oficial Espanhola adote uma ortografia diferente, e que em Espanhol se passe a escrever com consoantes etimológicas mudas. Releia o último parágrafo do post e, uma vez mais, aproveite para reler tudo, que bem precisa.

    Na verdade, ela quer para nós o que não quer para ela, mais ou menos como quem diz: "pimenta do traseiro dos outros, pra mim é refresco".

    E se continuar esta linha de raciocínio, perceberá entre os opositores ao AO90, consciente ou inconscientemente, se pede para o Português o triste destino do Catalão ou do Galego. Entre os conscientes estão aqueles que assumem este propósito sob o disfarce da recusa da ideia da Lusofonia. No entanto, nunca os viu - nem verá - escrever uma linha sobre os prejuízos da "panhispanid” para a Espanha, ou da “francophonie” para a França.

    Todas as Pátrias têm traidores, e a nossa não é exceção.

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    1. Não comento. Quem vai ficar a saber quão indelicada e ignorante sou?

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