Naturalmente que as "grandes línguas mundiais" a que o filólogo se estava a referir são o Inglês e o Francês. Mas, a bem da verdade e da credibilidade ele deveria ter dito "algumas grandes línguas internacionais são etimológicas estritas, outras, não", sem que daí advenham prejuízos conhecido para umas e outras, acrescentamos nós.
Mas a falácia maior está por apresentar. A ortografia pré AO90, que Fernando Paulo Baptista quer conservar e defender, é em tudo oposta aos propósitos de puritanismo etimológico e erudito que o filólogo formula. Na verdade, a reforma ortográfica portuguesa de 1911 (que corresponde basicamente à ortografia que usamos hoje) rompeu com a etimologia clássica e simplificou a ortografia aproximando-a da fonética. Sobraram algumas consoantes mudas que, supostamente, teriam valor fonético e que são eliminadas com o AO90. Mas esta eliminação não altera o cariz etimológico simplificado da ortografia portuguesa anterior ou posterior ao Acordo, antes o confirma.
Aqueles que usam argumentos de apego etimológico para se oporem ao AO estão a apontar ao alvo errado porque ignoram (ou querem omitir) que a etimologia simplificada foi adotada em Portugal há 100 anos. Para serem consequentes com os seus argumentos filológicos, os opositores ao AO deveriam combater a reforma ortográfica unilateral portuguesa de 1911 e pedir o regresso às “pharmacias”, aos “appellos”, às “scenas” e a outros “exaggeros”.
Aqueles que usam argumentos de apego etimológico para se oporem ao AO estão a apontar ao alvo errado porque ignoram (ou querem omitir) que a etimologia simplificada foi adotada em Portugal há 100 anos. Para serem consequentes com os seus argumentos filológicos, os opositores ao AO deveriam combater a reforma ortográfica unilateral portuguesa de 1911 e pedir o regresso às “pharmacias”, aos “appellos”, às “scenas” e a outros “exaggeros”.
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